segunda-feira, 12 de outubro de 2009

NÃO SE SABE COMO ACONTECEU... MAS ACONTECEU!

Dia tranquilo! Na volta para casa, de ônibus, vi uma bruxinha pequinininha e de uma cor muito clarinha pousada na minha janela. Pouco tempo depois, apareceu, também uma mosquinha que subia pelo vidro, andando com suas perninhas tão pequenininhas. O problema é que ela subia todo o vidro e quando chegava lá em cima, caía e começava de novo.
E assim fiquei observando a tentativa incessante da mosquinha que escalava o vidro e caía, escalava e caía, escalava e caía... e a bruxinha lá. Pousada, imóvel. Comecei imaginar que aquela mosquinha tentava alcançar a mariposa, mas caía e recomeçava sempre. Num dado momento, parecia que a mariposa ía atacar a moquinha quando essa se aproximasse. Em outro momento, a mariposa parecia fugir da mosquinha.
A mariposa se movimentava pouco e suas asas tinham um movimento incomum. Elas se esfregavam uma na outra como quando esfregamos nossas mãos...
E a mosquinha perceverava... subia e caía, subia e caía, subia e caía...
Por uma fração de segundo me vi naquela mosquinha!
Ao observar essa cena, me veio à mente, uma outra que me aconteceu há muito tempo atrás...
Uma lagarta gorducha e muito verde se aproximava do meu pé lentamente. Eu, no ponto de ônibus, fui alertada por um senhor de que a lagarta se aproximava. Me afastei e abri caminho para que ela passasse. A intenção da lagartinha gorducha parecia ser atravessar a avenida (a mais movimentada da cidade) e alcançar um coqueiro que estava no canteiro que dividia a avenida ao meio. Pois bem!! Ela começou a sua saga... a avenida estava muito movimentada, barulhenta e quente. O sol estava escaldante. Olhei-a fixamente enquanto ela seguia sua trajetória pelo negro asfalto quente. Não conseguia desviar minha atenção para outra coisa que não fosse a maratona da gorduchinha verde, enquanto esta rastejava devagarinho... eu, olhava agoniada para o sinal e para a gorduchinha, para o sinal e para a gorduchinha...
Cada vez que o sinal abria e os carros e ônibus se aproximavam, meu coração vinha na boca. Quase explodia! De repente me dei conta de que já me encontrava numa torcida louca pela gorduchinha. Eu praticamente a empurrava com os olhos para que ela chegasse no coqueiro o mais rápido possível. Não sei por quanto tempo fiquei nessa torcida muda, mas a gorduchinha ía confiante vencendo centímetro a centímetro do quente asfalto negro.
E não é que a gorduchinha era sortuda?! O sinal abria e fechava e os carros vinham mas pareciam calcular por onde passar para não feri-la e ela... ela seguia sempre lenta e confiante. e eu... eu permanecia estática e muda, torcendo para que a gorduchinha terminasse logo aquele trajeto, aquela aventura.
Corajosa essa gorduchinha! Ela tinha um objetivo e foi. Em linha reta. enfrentando seu caminho lentamente, sem parar nenhum segundo sequer.
Minha torcida teve fim.
A gorduchinha quase conseguiu.! Chegou muito, muito perto! Já estava próxima ao meio fio, mas ...
Se os bichos têm alma, como eu acredito que têm... uma alma gorduchinha e verde, numa muda explosão, alcançou o tão almejado coqueiro.

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